sábado, 14 de junho de 2014

minha mãe me ensinou a não aceitar doces de estranhos ou a política das manifestações

enquanto houver uma política de medo, de quem deve temer quem, povo e governo vão continuar se misturando. Usar da repressão, seja ela pro ou contra governo é tornar autêntico o ato da violência (verbal, física ou espacial), é gritar. de forma hipócrita, que não se quer o mesmo que faz. É mostrar-se enraizadx em suas lutas, mas ao mesmo tempo intransigente as mudanças. A política do medo é necessária porque é matéria prima, é nuvem de mudança. É desconstrução para reconstrução, mas também é escombro e poeira. Ordem e caos se misturam e apesar de saber-se o que não se quer, evidenciado em tantas falas e cartazes e depoimentos, o real desejo, ou seja "o que se quer" ainda não pode ser respondido. É uma dualidade tênue que ainda não foi enxergada.
Não estamos num período em que faltam propostas, mas sim em que falta propositores. Caminhamos pedindo o fim de um período, sem enxergar o que há após ele. É a derrubada do muro pelo simples ato de derrubar. Porque o muro incomoda, porque o muro separa, porque o muro restringe. Esquece-se então, que o muro também protege. Também cuida, também apoia. Meu medo não está em quem tira o que eu tenho. Esses são explicitos, específicos e identificados. Meu medo está naqueles que querem me oferecer, porque deles, não sei nada.

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