sábado, 24 de maio de 2014

Então você realmente ainda lê o que eu escrevo... É engraçado quando essas coisas acontecem... Tava me perguntando (e acabei perguntando pro facebook inteiro) quem ainda lia blogs em 2014... bem, parece que você lê, pelo menos o meu, e eu leio também, pelo menos o seu.
E vai ser isso até um de nós ler no blog do outro sobre um amor novo
uma pessoa nova
um interesse novo.
aí a gente vai se irritar, escrever mais um texto e não vai ler mais e vai esquecer e um dia vai abrir e vão ter mil textos não lidos ou nenhum.
Hoje eu fiz pão. Não porque eu tava com vontade, mas pra poder chegar aqui e escrever, porque ontem você disse que queria pão caseiro e eu não respondi.
Boa tarde.

(in)direta

Detesto que você faça isso. Detesto que você escreva sobre mim. Porque você sabe que eu vou ler. Assim a gente não conversa, fica tudo subentendido. Uma ladainha escrota. Tipo essa coisa Marcelo Camelo <-> Mallu Magalhães que eles ficam compondo músicas um pro outro...

 Só que a gente é menos doce, menos gentil, menos feliz e menos apaixonado. Aí nem é tão bonito. Você escreve sobre uma saudade e uma espera. Eu leio, faço cara de nojo. Minha vontade é gritar MENTIRA ! MENTIRA ! ...

 Você nunca esteve aqui! Fui eu que corri atrás. Eu... eu e meu bolso que te ligou 4 vezes. Logo no dia que eu tinha ficado horas na frente do espelho repetindo pra mim

 " Não vou mais te procurar ! Não vou mais te procurar! Vou ser forte! Se ela me quiser ela que me procure!"

FUI SABOTADO !

Sabotado por um aparelho de celular que o botão de desbloquear a tela quebrou e agora ele liga pra quem ele quer quando ele quer e algumas pessoas tem conversas ótimas com meu bolso (e eu pago a conta)...

Ai que ódio de você e que ódio de estar te respondendo com um texto...

Porque eu sei que você vai ler... e aí amanhã ou depois eu vou no seu blog ver se você escreveu mais alguma coisa sobre mim. Vai ter ! E aí eu vou ficar feliz porque você ainda se importa, mas vou ficar puto com o que vou considerar suas mentiras ( e você vai me dizer que é o seu eu lírico)
Grandes bostas seu eu lírico!
Quero saber do seu eu "você" ... Quero saber da pessoa que nem me conhecia e me convidou pra ir na casa e que passou o dia inteiro comigo no quarto trocando altas idéias enquanto descobriamos nossos corpos.

 Mentira ! Não quero mais. Se me chamar hoje não vou... mas quero que chame. Quero que chame só pelo prazer de negar e depois pelo desespero de querer aceitar e não saber exatamente qual das duas decisões me faz forte e qual me faz fraco e na verdade não se importar e querer ser forte e fraco ao mesmo tempo...

 Tudo que eu quero é que você escreva mais um texto.

(re) lacionamentos

Eu queria muito me apaixonar por você
Queria viver aquele amor leve que a gente tá acostumado...
de ficar o dia inteiro conversando...
sair pra comer alguma coisa.
Seus amigos são ótimos
os meus também...

Queria viajar com você e tirar mil fotos e ia ser tudo muito bom.
Queria mesmo.

Queria poder pegar e jogar todos os meus problemas em cima de você e você ia olhar pra eles como se não fossem nada.
Macete que eu ainda não aprendi.

Você por outro lado, ia me trazer uma vida muito mais intensa que a minha.
E ia me levar a lugares que eu não queria ir  e vai me fazer fazer coisas que eu não faria normalmente.
e vai reacender minha libido.
e eu vou voltar a querer procurar sexo
e vai ser tudo muito bom...



realmente queria.


É um saco saber que nada disso vai rolar porque a gente revive a mesma porra de história em todo relacionamento.
É um saco querer te ver e saber que não vai rolar.
e é um saco saber também que isso vai impedir que sejamos amigos em algum momento... porque a gente vai ficar fugindo

e se entregando.

e isso vai incomodar nosso orgulho.
Principalmente o seu
...

Eu queria poder pegar e topar tudo.
topar qualquer coisa
mas você quer que eu seja intransigente...


Eu já namorei você

Juro que já...

Conheço nossas discussões... sei onde você gosta que eu te morda no ombro...
e sei que se eu te jogar na cama e puxar teu cabelo nossas discussões terminam. Você sotla aquele gemido leve e abre um sorriso enquanto passa as pernas por cima por baixo e por cima das minhas...
Sei onde começamos e onde vamos terminar...

Eu juro que já namorei você
E foi muito bom...

mas sei também que conhecendo a gente... não vai rolar.
porque eu sou doce demais pra vida amarga que você quer levar. Porque você é impulsiva demais e isso distorce a paz que carrego comigo. Porque você muda planos do nada e porque você discorda de mim por puro prazer. Porque estamos ambos esperando a hora que você vai me decepcionar. 

Ainda assim, eu te amo.
E eu sei que você detesta saber disso.

cansar-se

Não precisa pedir desculpa por ter ido. Estranho seria se tivesse ficado. Ainda não conheci ninguém que tenha ficado. E não é nem um pouco ruim isso... Essa coisa de ficar é muito estranha. É um tempo paradoxal, finitamente infinito... Só se fica se for até o fim, mas o que que é esse tal fim ? é o fim da relação, da vida, do amor, da tarde, do inverno, do papo, do tesão ? Eu não sei. Juro que não sei, mas fico feliz que tenha ido. Fico feliz porque assim eu acredito que você não tá presa e ir nem sempre é ir sem voltar. Algumas pessoas reaparecem às vezes, outras vivem reaparecendo. Eu gosto de viver reaparecendo. Mesmo que eu não apareça muito e que eu tenha dificuldade para retornar porque sempre acho tudo que eu faço muito desinteressante.
Mas não precisa pedir desculpas por ter sumido.
É normal.
As pessoas somem mesmo. E e até bom que a gente suma um pouco porque a maioria das pessoas se cansa mas das outras. Opiniões a parte, acontece mesmo! E é até bom que elas se cansem mesmo. A gente não pode achar que é tudo assim, duradouro, sei lá. É tipo chocolate ou sorvete ou pizza ou qualquer uma dessas coisas deliciosas que a gente come de vez em quando. Fico me perguntando se pizza é tão gostoso assim mesmo ou se só é gostoso assim porque a gente come de vez em quando.
 Não faço ideia da experiencia de comer pizza todo dia. Sei que macarrão enjoa! Enjoa MESMO ! Coisa sinistra... Tipo pessoas. Tem pessoas que enjoam de ficar muito tempo perto (por mais que você goste delas)... daí fico pensando como é doido casar e chego a conclusões idiotas tipo "casar é tipo enjoar de enjoar da pessoa, aí tudo fica tão cotidiano..." acho que casar é exatamente isso (casar tipo morar junto... acontece com amigos também)... fica tudo tão cotidiano... daí ir embora é essa coisa divórcio mesmo... soa 'errado' sei lá...

Mas tá tudo bem se você sumir. Eu ia acabar sumindo também e a gente ia se ver de longe em algum lugar qualquer, pro futuro. E aí, qualquer dos dois que visse primeiro ia ficar naquele duelo entre ir falar, esperar pra ver se é notado ou esconder-se. E eu nunca sei decidir entre um dos três.
Até.

quarta-feira, 21 de maio de 2014

conhecer pessoas

To precisando de gente de verdade. que sinta de verdade. que viva de verdade. Não essa ladainha cotidiana. To precisando de gente que não se acostuma. Não se interessa. Gente que tá sentindo que essas relações tão um saco. que as pessoas tão um saco. Que a vida social tá se tornando uma cópia do facebook. To precisando de gente que se permite rasgar de chorar. Que quer se envergonhar em público.
Gente que não tem medo de viver.
Gente que quer bater a cara na parede. Várias vezes. Quer viver relacionamentos reais, sejam eles de sexo casual amor ou amizade. Quero gente que cheira e que chora. Gente que se abomina. Gente que se enoja. Gente que afasta e contrai.
 Quero gente que se importa e se interessa. Gente que se choca. Gente que se irrita. Gente que faz coisas impulsivamente.

Preciso de gente que queira se aventurar de verdade. Não pelo mundo, mas dentro de si mesmo. Gente que não tenha medo de ser rasgadx trituradx enfeitiçadx. Gente que não tenha vergonha de amar até a última fronteira, de desejar até o último limite. Gente que não tenha vergonha de ser público.

Preciso de gente de verdade nesse mundo plástico.

terça-feira, 20 de maio de 2014

"refletindo uma conversa" (sexta-feira 30 de julho de 2010)

Compreendo teu medo. Até o respeito, mas o reprovo. Tentas tirar-me toda a solidão como uma máquina tampa garrafas de cerveja.

Não sou a vácuo.

Não consigo suportar o modo como tentas ocupar minha cabeça, como se não quisesses que eu pensasse. Não consigo suportar sua voz quando força para dizer algo (teoricamente) engraçado para cortar meus pensamentos. E me irrita o cheiro da sua diversão.
Sinto teu medo a milhas de você. E não importa o quão boa sejas, vai sufocar-me. Vai, duramente, sufocar-me.

Não vivo à dois

Vou sentir a dor que vais sentir quando me cansar, mas nem vou ligar, porque vou estar ocupada demais fazendo tudo o que você tentou me impedir de fazer nesse tempo que passamos juntos. Vivemos bem, sorrimos, a vida era até boa. Se eu fosse uma pessoa comum, ainda estaríamos juntas, mas você tinha tanto medo de mim e de minha essência, que tentou privar-me de mim. Não me acompanha em nada, nos meus pensamentos, minhas idéias, meu mundo avança e você fica. Mistura fascínio e medo, e na química gera repressão. E me repreendeu, agora liberto.

Não gosto de festas.

Tirou-me o silêncio e a calma, fez de tudo para me tirar do tédio, do ócio. Me fez comer mais, fumar menos, pensar em coisas que eu não havia pensado antes, como "odeio quando controlas minha vida" ou "por que me cobras tanto?". Tentou tirar-me o direito de pensar do jeito mais fácil: me tirando o tempo de fazê-lo. Mas não fico no tédio.

Eu sou o tédio.

"Um Adeus" (sábado, 9 de outubro de 2010)

Ele entra.

- Te odeio. Te odeio muito. Seu falso, mentiroso. Monstro! Como você pôde fazer isso comigo!? Canalha! Idiota.
Você dizia que me amava! Você só queria se aproveitar de mim. Você nunca me amou! Você não vale nada! Seu merda! Seu merda! Filho da puta. Vai embora! Eu te odeio! Eu te odeio muito! Vai embora e nunca mais olha na minha cara!

Ele sai. Ela chora.

"A porta" (Uísque pt.1 quarta-feira, 15 de setembro de 2010)

Não abriu a porta. Parou, como se a admirasse. Na verdade nem pensava na porta, mas no que havia do outro lado. Se atravessasse, estaria em casa, a salvo de todos, ou quase todos, mas estaria só com o seu maior inimigo. Oscilou. Poderia dar mais uma volta pelo bairro, ver se encontrava alguém com quem conversar, um bar inda aberto, com seu dono já bêbado. Depois chamaria um táxi e voltaria para casa. Só para reencarar o mesmo tormento, mais uma vez, talvez mais bêbado, talvez mais só.
Oscilou mais um momento, ele e a porta. Por um instante pareceu que a porta que o encarava que decidiria se a ele seria ou não permitida a entrada. Segundos depois a porta se abriu, mais por vontade própria que por vontade dele. Entrou, acendeu a luz. Nada havia mudado. Sorriu. Estava em casa, saudado pelos móveis, pelas conquistas, abraçado pela solidão. Não tardou a sentir medo, maior, talvez, que o medo antes de entrar. Menor, por já estar lá dentro. Agora, mesmo que saísse, já havia entrado. Já havia provado do veneno do lar. Estava novamente amaldiçoado, novamente extraviado por suas paredes, suas lembranças.
Sentou. Já não era mais nada. Seu rosto parcialmente iluminado pelo abajur, seu reflexo na televisão desligada, sua sombra no sofá. Cada imagem de si o assombrava. Só, ele, o copo de uísque e o cigarro. A música ao fundo parece trilha sonora. Acompanha cada rastro de destruição, como faria um psicótico à vítima beirando a morte. Poderia dizer que se sente mal, mas sua seriedade nega esta afirmação. Também não estava pensativo, apesar de demonstrar o mesmo. No fundo, estava aflito, tinha um problema inventado em suas mãos. Criado, parte por sua lucidez, parte por seu pessimismo. O problema dos problemas inventados, é que não têm solução, a não ser desinventar, mas a dor do desinventar tiraria a causa do problema, que por mais que seja problema, por muitas vezes é solução.
Acende mais um cigarro. Foi um bom domingo, como todos os dias bons. Terminou a inútil reflexão com a frase: "só mais um copo e eu vou dormir." E assim o fez, para mais uma noite difícil. Ou assim seria , não fosse o poder sedativo do uísque. Revira-se um pouco. Quase levanta para mais um copo, ao fim, desiste. Nem reflete, nem adormece. Encara o teto. O efeito do uísque cada vez mais forte, sorri. Dorme.

"Despedidas e agradecimentos" (quarta-feira, 5 de janeiro de 2011)

[...] Circundo velozmente o pátio da casa, descrevo mentalmente cada parte, tocando-as pela última vez. Absorvendo cada centímetro de conhecimento e aprovação que não percebia desde o primeiro dia em que aqui pisei. Comtemplo cada perímetro da arquitetura com um olhar triste, longe. Vago pela imensidão do hall, pela sala, a cozinha, a área dos fundos. Só não entro no quarto. Sinto que se o fizesse ele me pediria mais uma noite, mais um tempo sozinho comigo. O quarto foi meu mais fiél companheiro na casa. Me abrigou em noites turbulentas e cuidou de mim quando estive doente. Ele merecia uma despedida digna, por isso prefiro só partir.
Não consigo simplesmente entregar a casa. Parecia que não, mas havia me apegado à ela; às maçanetas enferrujadas, ao rangir das escadas da varanda, ao jardim moribundo que eu mal tinha tempo de cuidar. Cada detalhe me parecia ser surrupiado. Puro delírio. Em minha mente, tudo que via era aquele homem de terno e maleta, o dito advogado, dizendo que aquela casa não era mais minha e, de repente, todas as minhas memórias iam se apagando. Nada meu era mais meu, só a imagem daquele advogado, que após tirar tudo era o que havia sobrado na minha vida, continua a me olhar com esse olhar triunfal, como se o dia estivesse ótimo. Passo mais uma vez o olho pela casa. Passo pelo advogado e deixo a chave na mão dele, sem encarar o rosto. Não quero olhar pr'aquele homem. uma lágrima cai no chão de terra um pouco antes do portão. Meu último toque na casa. O advogado bate o portão atrás de mim e ninguém quis saber se eu já tenho para onde ir. [...]

pra não pensar (sábado, 4 de junho de 2011)

corro
tô sentado na cama, aparentemente tranquilo e descançado.
na verdade tô correndo.
tô indo pro mais longe que posso.
fugir de mim

só corro, sabe...
acho que depois de 10 meses finalmente aprendi a tirar férias
acho que era iso que tava me deixando tão cansado. eu
to precisando relaxar. sabe

uns dias sem a rotina de tédio que sempre acaba em bar
quem sabe comprar um livro infanto juvenil e retomar um pouco daquela mente fantástico fantasiosa que a gente tem quando só se lê infanto juveni...

to precisando disso
de um pouco de outros mares
de um pouco de conversa jogada fora e sorrisos
e aquela esperança que eu tinha aos 15 anos
aquela vida de quem entendia tão pouco do mundo.
de quem achava que as coisas iam ser fáceis
de quem não sabia o tamanho do fardo que era ser alguém de verdade.

to precisando dar uma viajada
pra nao terminar
pra não continuar
pra me sentir de novo como se tudo fizesse sentido.

não sei em que ponto perdi o espírito de sonhador
nem tô falando isso como uma última lástima tentando recuperá-lo...
mas sei lá sabe
queria um tempo pra mim
pra não pensar.

"Pra voltar pra casa" Fim de semana pt#3 (sábado, 4 de junho de 2011)

acabou. nao tem mais por que lutar. nao quero um talvez. nao nasci pra um se... queria certeza e queria liberdade. queria voce. mais que qualquer coisa voce. nao comigo. nem sem migo, mas feliz. voce como voce devia ser. sabe. livre. ai eu seria livre tambem. e ai tudo bem.. mas nao é assim que vai ser. nao to dizendo que to fazendo a coisa certa. nem to dizendo que to fazendo a coisa errada. apenas to fazendo mais uma coisa. sabe. é assim que tenho visto as coisas agora. nao espero nada. nem quero nada. vamos só ver sabe. ver o circo pegar fogo e ver os bombeiros chegar. e as vezes pensar que se voce tivesse feito algo voce podia ter evitado aquele acidente. mas acidentes acontecem e voce nao pode ficar querendo o melhor pra tudo sempre. mesmo que quando eu diga tudo eu esteja pensando só em voce. mesmo que essa minha frase tenha sido uma mentira. porque afirmar que eu to indo embora e depois dizer que é porque talvez nem sempre voce possa ter o melhor nem tenha percebido que eu disse inconscientemente que eu sou o melhor pra voce. e eu nao sou. voce é o melhor pra voce. do jeito que voce é. e é assim que te quero. perto ou longe.
antes de qualquer coisa quero te agradecer. te agradecer porque cresci com voce. quando voce me encontrou eu era uma criança arrogante. agora eu sou uma criança que sabe engolir as coisas as vezes e nao falar as coisas as vezes e as vezes até gostar das coisas que nao gosto. nao por voce, nem por mim. mas só por ser. sabe... voce me ajudou a ser uma pessoa melhor. e eu admiro isso. admiro isso porque nunca tinha escutado ninguem antes. eu fazia minhas regras. eu tinha minha liberdade. minha solidao. eu tinha eu. e eu era só o que eu precisava. até aparecer voce. ai eu já nao era o bastante. eu precisava de nós. mas nós não era possível. e aí eu ficava procurando outros nós... nós em corda, nós em cadarço, nós em fones de ouvido... nós curtos e compridos. mas nenhum nós era como o nosso nós. como eu e voce e como voce e eu e, principalmente como voce. acho que é ai que tá toda a magia. mas voce já tinha outro nó. um nó que era tão importante quando o meu nó. era um nó gasto meio velho e conhecido mas um nó com seu nome nele. e eu era só um nó. um nó novo e diferente. um nó cheio de novas possibilidades. mas era um nó que queria seu nome nele. e ficava tentando escrever o seu nome em mim. mas meus braços que seguravam o nó e quando eu tentava escrever seu nome, eu virava linha. e linha já nao era importante... o importante era nó. e ai eu virava nó e seu nome ficava escondido. e eu ficava tentando te mostrar que seu nome estava lá mas voce nem conseguia ver. e quando voce conseguiu ver nao sei se já era tarde ou se era cedo demais. mas nao foi a mesma coisa. ai eu fui tentando melhorar. me tornar um nó mais bonito. mais importante. mais leal. mas nao se trata disso. se trata de ser um nó que nao sou. e isso não dá pra ser.
dai eu fugi. fugi mesmo sabe. com tudo que era meu e algumas coisas que nao eram minhas a tira colo. e voce nem me viu fugindo e eu nao queria que me visse também porque qualquer movimento seu que fosse contra a minha fuga era força o suficiente para evitar que eu fugisse... ai eu ia ficar. e se eu ficasse eu nem sei se ia ter força pra ser nó nem vitalidade o bastante pra ser linha e ai eu podia ser nada. e ser nada nao é o que eu quero. e ser nada não é o que voce quer que eu seja. e eu nao quero que todo mundo saiba que as vezes eu só queria ser o nó mais importante. porque é egoísmo demais pra mim.
Daí eu fugi e voltei pra casa. voltei pra casa porque em casa eu to seguro. eu tenho tudo que me lembra voce e tudo que eu preciso pra nao achar que preciso de voce : nada.
nada porque nao preciso de nada pra te lembrar e nada porque nada é exatamente o que vou fazer pra te esquecer. porque nao vou. nao importa o que faça. nada. nada vai te esquecer. porque mesmo que eu fique como um louco tentando desamarrar teu nó da minha vida. a corda alí é mais fraca e se arrebentar eu me arrebento e eu nao quero que arrebente. nem quero desatar esse nó. porque eu já nao sei mais qual nó sou eu e qual nó e voce. e nesse bololo todo de nós e eu e voce e a gente e voce e ela e eu e ninguém e nem sei é que às vezes me sinto vivo. mesmo que na maior parte do tempo nao. mas as vezes tem um segundo. um segundo só que voce me olha com uma certeza que nem eu tenho e ai eu penso "é. isso tudo é que vale à pena." mas logo passo a pensar que fui um bobo por pensar isso.
Qualquer dia desses eu volto pra í. voce sabe. nao vou me afastar. nem consigo tambem. já te disse que tentei. mas não dá. até dá mas não vai ser. e aí fico nessa.sabe...
qualquer dia talvez a gente tente de novo e qualquer dia a gente acerte o ponto e faça um nó sobre nó que ninguém desate... enquanto isso, só vou voltar pra casa.

"Pra nem ir" fim de semana pt #2 (sexta-feira 3 de junho de 2011)

tava pensando em nao aparecer. será que voce ia notar que eu nao fui ? será que ia ficar muito sentida e todo mundo ia me culpar de novo ? é engraçado né. como meu humor muda de repente e eu já nem sei mais o que quero. ou quando as vezes fico querendo o oposto do que tinha te pedido. lembro do dia que voce admitiu que nao me entendia. na hora eu fiquei meio decepcionado. depois pensei que nem eu me entendia também. a diferença é que eu sabia o que tava acontecendo porqeu eu tava sentindo o que tava acontecendo. mas as vezes nem sei como vou te explicar tudo que tá acontecendo. as vezes nem sei expressar o que tá acontecendo. por mais que eu tente.
enfim.
nao tava querendo ir amanha. mas nem é isso nao. a verdade é que nao tava querendo que amanha existisse sabe. queria so fingir que nao sabia de nada. fingir que esqueci ou senao acordar gripado demais. com febre. doente e ligar dizendo que to mal e nao vai dar pra ir. ou chover. podia chover. ai eu nao iria e ia ter uma boa desculpa. ou voce precisar desmarcar. imagina. ai, que horror. to te desejando mal. nao quero te desejar mal. mas queria nao ter que ir. nao que eu tenha. eu posso nao ir. é simples. mas e ai? ai eu vou dormir sem respostas e talvez dormir sem respostas possa ser pior que ir e nao gostar das respostas. nossa. como a vida fica complicada nessas horas... queria tanto achar uma resposta fácil. quer dizer. as respostas são fáceis. né. ou eu vou ou eu nao vou. mas e ai ? quer dizer. sao dois resultados totalmente diferentes. se eu nao for voce talvez nunca mais fale comigo. se eu for talvez eu nunca mais fale com voce. e aí? aí que nao sei. mais uma vez nao sei. e nao tem ninguem que possa saber por mim. ai. nao sei. que droga.
me liga desmarcando, vai... me ajuda. diz pra mim que nao preciso ir. diz que tá frio. que voce nao quer que eu fique doente. finge que se importa e me dá uma desculpa pra eu nao sair de casa. eu podia falar que passei mal. mas eu nao sei mentir. quer dizer. eu sei. todo mundo sabe. mas eu nao quero. nao pra voce. nao assim. mas nao vou te dizer que eu nao fui porque tava com medo de ir. voce nao vai entender. vai achar que to escondendo algo. mas voce nunca entende. quer dizer. eu acho que voce nunca entende. nunca nao. as vezes voce entende. as vezes quem nao entende sou eu. tipo agora. nao to entendendo nada. so sei que queria ir. mas nao queria chegar. ou melhor: queria que ainda fosse segunda. ai eu tinha uma semana toda pra decidir se ia ou nao ia. ai que droga sabe. as coisas iam ser tao mais faceis se eu tivesse certeza de voce.

"Pra nem sei" ...fim de semana pt # 1 (quinta-feira, 2 de junho de 2011)

tô indo embora. Tô indo embora porque você também tá indo embora senão nem ia embora. Mas acho que se você não fosse embora eu ia cansar e ia embora primeiro. Acho que já deu sabe. Nem sei sabe...
to meio perdido. to meio perdido e acho que voce tá também, senão acho que eu nao tava. Nem sei sabe...
Acho que já deu tudo que tinha que dar mas nem deu nada sabe.. acho que no fundo voce quer que eu vá tambem mas nao tem coragem de dizer porque antes voce queria que eu ficasse e eu queria que voce ficasse tambem. entao ficamos. mas agora eu nao sei se quero que voce fique mas tenho medo do que vai ser se voce for. e ai fico com medo de ir tambem porque nao sei o que vai ser quando eu for e ai a gente nem vai nem fica porque a gente ta com medo de tudo, sabe...
nem sei. ai as vezes eu acho que a gente sabe o que ta fazendo. tipo como se tudo fizesse um puta sentido sabe. mas nem sei. as vezes parece que tudo tá correndo de um jeito muito estranho né. tipo como se a gente tivesse meio certo meio errado. meio que fugindo sei lá do que.
as vezes nem sei sabe...
as vezes acho que preciso de voce mais que ontem sabe. e as vezes acho que nem preciso tanto de voce. as vezes acho que voce que nao precisa tanto de mim mas ai voce me olha daquele jeito que so voce me olha sabe e ai nem da pra saber o que voce quer de mim sabe. as vezes nem é voce que me olha ne. as vezes eu te olho e ai voce me olha de volta e nao sei o que voce ve no meu olhar mas deve ser a mesma coisa que eu vejo no seu e ai parece que voce sabe que eu sei que voce sabe o que a gente nao sabe. né. porque no fundo a gente nao sabe nada. porque se te perguntarem voce nao sabe e se me perguntarem eu tambem nao sei né. porque no fundo é isso mesmo. a gente tá perdidasso. perdidasso e junto. junto porque a gente acha que tava mais perdido sozinho. mas eu to tao perdido que nem sei se a gente ta junto ou se a gente ta sozinho. complicado sabe
achei que ia ser mais facil essa historia toda. acho que é por isso que tá tudo tão complicado né. eu imaginei demais. né. nem sei se voce imaginou também. né. nao lembro de voce falando nada do tipo. sei lá também né. as vezes é só teu jeito. as vezes to pedindo demais de voce... nem sei sabe...

segunda-feira, 19 de maio de 2014

relacionamentos

desinteresar-se prontamente
porque tudo se tornou mais interessante do que conhecer-te de verdade
só para evitar arrependimentos
e brigas constantes
e descaso e asco.

só to evitando o chato
driblando ruim
adiando o término inevitável
então vamos tentar nos manter nas meias respostas
nos bons modos
nas conversar suaves
nos chás da tarde

vamos vivendo assim pra nã dificultar
e vamos andando pra frente o mais devagar possível
que é pra não alcançar a linha de chegada
deveras próxima já
e ainda nem nos decoramos
e nem teremos esse tempo
porque nosso tempo já passa
já estamos nos desencantando.

domingo, 18 de maio de 2014

navegação

Ainda que não valha de nada, escrevo
escrevo pra tentar quem sabe nunca esquecer
que as vezes o mundo gira mais devagar
só para as coisas darem certo.
E nosso barco se esbarra com uma onda
uma onda incomum que o balança e o cerca
e o faz sentir-se completo.
E a viagem prossegue mais calma, até um porto d'outra alma
onde pode-se tranquilamente descansar.
Descarrego minha carga
me carregue com a tua
Troquemos, nos conhecemos e vai
Porque as pessoas não se quedam
mais do que doem
e quem se apaixona demais sempre se perde no mar.
Não exijo que fiques nem demando que vás
se aproxime o quanto queiras
mas não departa por detrás, longe da minha vista
não faz bem para o casco quando do nada o barco, desavisado,
sem capitã é encontrado por uma tempestade.
E assim de supetão lhe cai deveras correntezas
reescrevendo o caminho, marcando a madeira
desescrevendo o nome que com tanto carinho pintei.

 Tem horas que é isso.
É só meio barril jogado no mar
isolado
Tempestuosamente preocupado
As vezes implicando que vai virar
e desistir
e me deixar assim
perdido naquela imensidão azul
louco
as vezes não
as vezes vira sem nem avisar, implicar, parecer
e aí é aquela loucura de estar sozinho
e sozinho ter que desvirar o barco
e subir nele
e se secar
e secar o barco
e recuperar as forças pra sair daquela tempestade
naquela chuva
naquele frio
naquela solidão desconfortante que é não estar nem aí pra nada
e ao mesmo tempo estar aí pra tudo.

Tem horas que não
tem horas que não tem vento
não tem vela
não tem braço
e a gente fica aí parado.
no meio do oceano sozinho
esperando um raio de sol
ou uma exata constelação
ou qualquer imagem de farol
ou um sorriso estranhamente conhecido
com tantas coisas em comum
e muitas outras novas pra contar
te encontre
no meio desse oceano
completamente cheio de vazios individuais
com vários barcos que se esbarram mas não se sentem
e só desse barco
te encontrar
ou te esbarrar e perceber
e aí decidir que por acaso ou por destino
acredite quem acreditar
vocês deviam viajar um pouco juntos
e aí tanto faz, nesse momento, se um pouco vai durar pouco ou vai durar inteiro
porque nesse momento o que importa
é estar não sozinho
mas poder se ancorar
debaixo do cais
de um novo amorzinho.