quarta-feira, 21 de novembro de 2012

reencotros

Há alguns dias atrás te liguei. Queria te chamar para sair, tava com saudade. Não de você, mas de sexo, carinho. Não. Carinho não.  Sexo mesmo. Em todas as instâncias. Visual, tátil, linguístico. Queria fazer sexo com sua voz e seu olhar e sua transpiração. Queria trepar com teu conhecimento e sua forma de falar sobre todas as coisas. Queria gozar no teu sorriso, nos teus fios de cabelo. Arranhar seus pelos, comer teu cheiro. Lamber teu gemido. Te fazer deusa e puta, amada e lixo. Queria ser a melhor e a pior noite da sua vida. Ser o nunca mais que incomoda. O repeteco que arrepende. O nome na lista do celular que voce nunca liga mas que sempre passa o olho quando se sente sozinha. O nome que voce nunca fala, o cara que você odeia desejar e deseja odiar. O que te chama de amor logo depois te trata como vadia. O delinquente, o sujo, o sem valor. o babaca! filho da puta! sem vergonha sem pudor e sem camisinha. A pior e a melhor transa que você já teve. O que você detesta ter mas que já te tem.
  Daí você atende o telefone e eu falo com voz seca como quem não quer nada e você sabe que no fundo eu quero seus peitos na minha boca, mas parece que dessa vez você tá ocupada. Escuto vozes. Deve estar acompanhada. Você diz que está no carro. Não dirige. Presumo carro dos pais. Digo que vou ligar depois. Deixo uns dias passar, você não vai ligar. Gosta de fazer a difícil. Acha que mulher que deve ser procurada. Eu discordo. Dou mais uns dias... ou você não lembra do telefonema ou tá morta de curiosidade e eu sei que tá mas não quero você e você tem que administrar isso. E eu tenho que fingir que quero você para conseguir o que eu quero.
   Devo te ligar na segunda para uma chance na terça. E você sabe que só quero parte de você e mesmo assim você vem com vontade, tímida, mas com vontade. Não da nenhum passo. Não retorna as indiretas nem toma iniciativa. Mas elogia meu perfume e percebe a rigidez marcada no jeans. Morde levemente os lábios. Sugiro vinho você nega. Tá quente mas eu não quero cerveja. Sugiro um lugar mais reservado você pergunta onde. Penso em dizer minha casa. Imagino você pelada na minha cama, os cabelos jogados no colchão, os seios separados. Suas mãos apertando o lençol com vontade. Os olhos fechados mordendo o canto da boca...
  Você ainda esperando minha resposta. Sugiro minha casa, sua expressão facial diz que você é a favor, mas você frequentou aulas de moral e cívica demais para dizer que sim. Você quer me dar mas não quer dizer. Te puxo pra perto, você da como quem não entendeu. Tô meio sem paciência. Não vou tentar de novo. Penso no plano b. Agradeço todos os dias pela criação da internet.
  Você entra no ônibus e eu volto pra casa. Puto. 
 Anoitece. Vejo um pornô qualquer da primeira página de um site qualquer, me masturbo viro para o lado e durmo.